O juiz Eduardo de Assis Brasil de Oliveira, 56 anos, joga futevôlei com os amigos Cássio Oi de Sidnei Tomara, 60, e Sansara Rá de Horizontino Pontes, 61, também juízes, e os militares Estevam Orígenes de Aqui, 59, Deodoro Fortunato Pato, 58, coronéis aposentados, e o major da Marinha, Estevam Orígenes de Aqui Filho, 30 anos.
É quarta-feira e o sol de outono está simpático. Por outro lado, o mar da baía de Icaraí dá sinais de impaciência, enquanto a vista e os ventos, generosos, refutam seu mau-humor. De qualquer forma, todos moram próximo e este encontro representa uma tradição de cuidar da saúde com atividade física, pelo menos três vezes por semana.
Um pouco mais à frente, as gêmeas Andreia Fernanda Sabatela Tomara e Silva (23) e Andressa Fernanda Sabatela Tomara e Silva comentam com as amigas Maria Conceição Orígines e Couto Maior (22) e Tânia Jacobino Pontes de Bragança (24) as dificuldades da faculdade privada de medicina. A amiga Beatriz de Inácio Fortunato Pato (22), a única que faz medicina na UFF, tem faltado a essa tradição iniciante. Em algum grau, são todas primas e, enquanto esperam a água de coco depois do exercício na areia, lamentam o descaso do governo com a baía de Guanabara.
No calçado, correm, andam e concentram-se na respiração homens e mulheres que parecem muito mais jovens do que são. Enquanto espero o ônibus, escuto a conversa sobre o absurdo do Brasil e da maravilha de Portugal, para onde, se entendi bem, se mudou a Daniela desde que o país enlouqueceu. Mas as coisas por lá também não estão muito boas, pois, parece, que o aluguel "está pela hora da morte" já que o país é também o destino dos europeus pobres e médios dos países ricos.
Fico sabendo que Daniela é neta do general Helioponto de Braga e Bençã, falecido, e, embora trabalhe e ganhe em euro, recebe uma pensão vitalício porque respira, fez e faz as coisas, mas não se casou.
Quando entro no 33, a última coisa que escuto é um clássico:
_Tá ruim pra todo mundo.
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