“São os ensaios para uma vida amorosa, sem percalços, intromissão de verdades incômodas, só um desejo de viver de bicho, de se multiplicar como manda o evangelho, brincar de esconde-esconde nas dobras da carne do outro, o rock era uma trilha sonora perfeita para os instintos – bom tempo – distintos da vida inteligente e sem gentileza que invadia corpos e saqueava-os. Perdi as contas de como a juventude pode ser morta, que às vezes a felicidade ali era um erro, por achar que estávamos desvirtuados, por temermos a morte – essa outra face do amor. Porque afinal os poetas querem-na – e só cantam dessa maneira AMOR/MORTE. A juventude deve aproveitar essa energia, porque é a ressurreição – fora dela não há salvação. Só tormento – porque não se sabe se há algo lá fora, uma promessa. Fora disso somos todos Adãos vagando fora do Éden.”
Mariel Reis
Porque estamos todos tentando o sucesso, estamos tentando a carne – e, cada vez, nos afastando dela com o seus pecados. Porque estamos toda dia tentando limpar-nos desta força “schopenhauriana” (desculpem) que late e morde num só piscar de olhos. Eu, cada vez mais, tenho saudades dos meus defeitos.
Vamos desvirando (desculpem) animais e virando funcionários e as loucuras e os discursos escorrem e, finalmente, quando nos amam, nos tornamos a engrenagem, o maquinário empobrecido, o catador de restos, o negociador de entressafras.
Graças a deus, eu sou ateu, ouço Belchior e tenho os amigos que me salvam as horas!
Um abraço.
“Meu bem, não pense em paz/ que deixa a alma antiga.”
“Eu quero é que este canto torto feito faca corte a carne de vocês.”
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Hoje, eu não tou bem. Hoje, vou bater em alguém. Hoje, vou terminar mais um amor.
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Como, nos seus rumos políticos, o autoritarismo já não anda de braçadeiras ou suásticas às claras, a humanidade absurda também adotou disfarces e novos colarinhos para as respectivas coleiras. Os esquemas burocráticos de falso paternalismo e servidão são estéreis, mas afanosa vaidade de hierarquias inteiras que superpõem andróides às voltas com obrigações e incumbências inúteis nos mostram hoje como viu longe a atividade crítica e criativa de homens em corpo inteiro como Franz Kafka (muitas vezes chamado “profeta do absurdo”) e Albert Camus - inclusive em suas obras posteriores, principalmente La peste (1947) e L’homme revolté (1951).
Mauro Gama, no prefácio de O mito de Sísifo, do site Ateus.
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Deus escreve por linhas tortas, logo é também um escritor.
Também sou ateu (conceito?), ouço Belchior e tenho muitos amigos.
ReplyDeleteDeus? É um charlatão!
Uma pergunta:
Quanto custa o que você mais deseja?
Descubra no novo capítulo do "Fragmentos de um Romance", intitulado "Nativity in Black".
Braços!
Daniel, obrigado pela visita e pelo comentário. Um abraço.
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