Uma hora, um dia, como num truque do tempo, técnicos inseguros transformam-se em torcedores fanáticos – e gritam, e imploram. Mas são torcedores.
Uma hora, num segundo, os meninos que voam se tornam homens que decidem os próprios saltos e respondem por seus próprios tropeços e as vitórias de todos. Sempre foi assim e é assim que tem que ser.
Num instante, num sopro, a vida faz a vida e vai por aí chocando-se com a vida – como ensina aquele poeta severino. O choque da vida com a vida é vida ainda – a gente é que prefere esquecer. E “viver não é preciso”.
A continuidade precisa de rupturas, a identidade precisa insinuar suas fundamentais novidades e rascunhar um outro futuro. O futuro são novos olhos e esperança é a novidade de todos os tempos - e, quando você ri, ela se materializa - num homem que escreve sua própria história, sem muita certeza, como o fizeram o teu pai, a mãe do teu pai, a mãe da mãe do teu pai, e todos as tuas e os teus.
Você é somos. Você somos um
milagre - iguais a tantos milagres, mas especial porque o meu milagre do
menino voador, feito numa simbiose de seres e tempo, de esforço, suor, prazer e
acaso. E a notícia vaidosa: tudo fez sentido.
Porque você chegou, Deus existe. Porque você chegou, há tanto sentido.
Obrigado. Obrigado. Obrigado.
Te amo!
Belo texto...a dialetica entre ruptura e permanência nos ajuda a decifrar o real!
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