O conhecimento histórico, em sentido amplo, quer
dizer social, econômico e cultural, é fundamental às lutas por uma sociedade
mais justa e, sem ele, o debate se resume à guerra das vontades particulares –
ou de facções, como explicou Giovanni
Sartori. Quando esse conhecimento é limitado, por exemplo, quando a
história da escravidão e suas sequelas é apagada, a versão restante aparece
como a única plausível e defensável, inclusive, por parte dos herdeiros dos
escravizados.
Nesse sentido, conhecer a história do Cais do
Valongo, no centro do Rio de Janeiro, depois de ter feito a leitura do romance “O
crime no Cais do Valongo”, da escritora Eliana Alves Cruz, possibilita uma melhor
compreensão de como se deu a divisão econômica na sociedade carioca – e brasileira
– e como este passado está presente nos nossos dias. Não fica fácil, agora,
defender uma teoria meritocrática se consideramos que parte significativa da
riqueza produzida em nosso país não foi, nem é, dividida pelo reconhecimento do
trabalho e da capacidade individual, mas por herança.
Assim, a defesa dos direitos humanos exige um
reconhecimento da dignidade de todo ser vivo, o que ultrapassa o sentido de
humano, e de sua importância para o equilíbrio do planeta. É só quando
desumanizamos o humano, por exemplo, como os nazistas fizeram com os judeus, na Segunda Guerra
Mundial, ou os hutus
com os tutsi, em Ruanda, que os tiranos encontram argumentos para atacar
populações inteiras.
Estimular o conhecimento passa a ser, portanto,
o primeiro dever de todo
governante comprometido com justiça social e, para concretizá-lo nas
gerações, deve promover o ensino das disciplinas humanísticas, com
aprofundamento crítico. As escolas
são espaços centrais para isso, mas o incentivo ao cinema, aos clubes de leitura e debate
também devem ser contemplados, sobretudo os da periferia. Só assim, será
possível diminuir a quantidade de herdeiros dos escravizados que se deixou
seduzir pelos escravizadores e seu regime de conhecimento.
Discurso de autoridade Proposta de intervenção
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A proposta destes exercícios é servir como um caminho para o reconhecimento da estrutura da redação do ENEM.
Assim, seria muito inocente acreditar que há uma fórmula fechada garantidora da nota máxima e, pior, que as propostas de redação, ainda que feitas com todo o cuidado, e, às vezes, revisadas inclusive por professores com experiência na correção do ENEM, seriam nota 1000 em caso de apreciação real.
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Imagem retirada de https://diariodorio.com/historia-do-cais-do-valongo-2/ em 19/11/2023
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