22.6.24

O turista de si mesmo


Caminhei tudo o que pude
Mas o nada é mais, muito mais mar
Gritei baixinho toda minha saúde de pedra
Mas a voz de lima do silêncio é o mar

Da grande montanha em que subi
Vi que o mundo era pequeno demais
Entendi então que a guerra é uma comunhão de gritos
Em que o grande silêncio, infinito, um dia impõe sua pá de paz

A praia é imensamente pequena
perto dessa alma que não se alumia
A luz é uma concessão da noite
E a noite, a libertação do dia

Tudo é fome nessa alma inserena
Tudo é sono neste espírito a esmo
Não dá pra conhecer todos os mundos
Não dá pra conhecer nem a si mesmo

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